Aprendendo com Paulo Freire.
segunda-feira, 13 de junho de 2016
Reflexão
"A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria." Paulo Freire.
terça-feira, 31 de maio de 2016
segunda-feira, 23 de maio de 2016
Um pouco mais da contribuição de Paulo Freire para educação
Pesquisas apontam que os anos 50 foram marcados pelo surgimento diferente de
alfabetizar do educador Paulo Freire e dos círculos populares de cultura, fatos que
proporcionaram a sistematização de um ideário e de experiências que conhecemos nos
dias atuais por educação popular.
Assim influenciou a década de 60 movimentos populares de todas as ordens que tinham
como relevância a valorização do diálogo e a interação como fundamentos necessários
para garantir a libertação do educando e o direito a educação básica. Freire via a
educação em duplo plano instrumental, capaz de preparar técnicas e cientificamente a
população para o mercado de trabalho, e que atendesse as necessidades concretas da
sociedade, para isto elaborou uma proposta conscientizadora de alfabetização de
adultos, cujo princípio básico era a leitura do mundo e as experiências do educando,
desta forma sua proposta de alfabetização partiam da realidade de vida do aluno para o
aprendizado da técnica de ler e escrever.
O método Paulo Freire chamava a atenção dos educadores e políticos da época, pois seu
método acelerava o processo de alfabetização de adultos e tinha como ponto
fundamental as palavras geradoras, sendo assim podemos dizer que seu método consiste
em três momentos entrelaçados:
O primeiro momento é a investigação temática, pela qual professor e aluno buscam, no
universo vocabular do educando e da sociedade onde vive as palavras e temas centrais
de sua biografia. Esta é a etapa da descoberta do universo vocabular, em que são
levantadas as palavras e temas geradores relacionados com a vida cotidiana dos
alfabetizandos e do grupo social a que eles pertencem. Essas palavras geradoras são
selecionadas em função da riqueza silábica, do valor fonético e principalmente em
função do significado social, trazendo a cultura do aluno para dentro da sala de aula. O
segundo momento a tematização, pela qual professor e aluno codificam e descodificam
esses temas, buscando seu significado social, tomando assim consciência do mundo
vivido e é nesta fase que são elaboradas as fichas para a decomposição das famílias
fonéticas dando para a leitura e a escrita. O terceiro, a problematização na qual eles
buscam superar uma primeira visão mágica por uma visão crítica, partindo para a
transformação do contexto vivido, nesta ida e vinda do concreto para o abstrato e do
abstrato para o concreto, volta-se ao concreto problematizando, descobrindo limites e
possibilidades existenciais captadas na primeira etapa. A realidade opressiva é
experimentada como um processo passível de superação, a educação para a libertação
deve desembocar na práxis transformadora. (FREIRE, 1979, p.72).
Freire elabora uma forma de educação interdisciplinar, com o grande objetivo da
libertação dos oprimidos, ou seja, a humanização do mundo por meio da ação cultural
libertadora, evitando a lógica mecanicista que considera a consciência como criadora da
realidade, e o mecanismo objetivista, que considera a consciência como cópia da
realidade.
Freire (1996), propunha uma educação molhada de afetividade, mas não deixando que
a efetividade interferisse no cumprimento ético e no dever de professor e na sua
autoridade, uma relação pedagógica cultural que não se trata apenas de conceber a
educação como transmissão de conteúdos curriculares por parte do educador, tendo
como necessidade a participação do educando, levando em conta a sua autonomia e sim
estabelecendo uma prática dialógica na escola. Freire ressalta a importância da
dimensão cultural no processo de transformação, pois a educação é mais do que uma
instrução, para ser transformadora deve enraizar-se na cultura dos povos. Nesse sentido
a transmissão de conteúdos estruturados fora do contexto do alfabetizando é
considerada invasão cultural, porque não emerge saber popular.
No pensamento de Freire o aluno não é um depósito que deve ser preenchido pelo
professor, cada um, juntos pode aprender e descobrir novas dimensões e possibilidades
na realidade da vida, pois o educador é somente o mediador no processo de ensino-
aprendizagem e aprende junto com seu aluno. A educação é vista por Freire como
pedagogia libertadora capaz de torna-la mais humana e transformadora para que homens
e mulheres compreendam que são sujeitos da própria história. A liberdade torna o centro
de sua concepção educativa e esta proposta é explícita desde suas primeiras obras.
Nas suas expectativas os analfabetos deveriam ser reconhecidos como seres humanos
produtivos, que possuem uma cultura, e o papel do educador deve ser de profundo
comprometimento de transformação social com os educandos.
Seguindo esta perspectiva Freire criticou a chamada educação bancaria que considerava
o analfabeto ignorante, como uma lata vazia onde o professor deveria depositar o
conhecimento. Ele defendia uma ação educativa que não negasse sua cultura, mas que
fosse transformada por meio do diálogo.
De acordo com Carvalho (2010) as lições encontradas nas cartilhas são uma série de
frases isoladas, colocada uma embaixo da outra com o propósito de exercitar o
alfabetizando e treina-lo na aprendizagem de palavras com letras v, m, l e b. Como uma
dessas frases: A vovó é da menina, a menina leva doce para vovó, o boi baba, entre
outras.
Freire questiona o uso das cartilhas, chamando a atenção para a importância de se
ensinar os alunos coisas que sejam desconhecidos por eles, para Freire o educador deve
priorizar o conhecimento de mundo trazido pelo aluno, para relacionar o que ele
conhece com a aprendizagem na sala de aula. O aluno se encontra em meio à
aprendizagem deixando de lado aquelas frases sem sentido e sem motivação.
Portanto, para essa adequação se tornar viável, não basta somente revermos o material
didático, é preciso não só o educador repense o seu papel enquanto mediador de uma
aprendizagem que priorize a bagagem de conhecimento trazido por seus alunos, mas
também a flexibilidade das instituições em permitir a realização de um bom trabalho
diferenciado.
Obras De Paulo Freire ( O mito)
1959 – Educação e atualidade brasileira. Recife: Universidade Federal do Recife, 139p. (tese de concurso público para a cadeira de História e Filosofia da Educação de Belas Artes de Pernambuco).
1961 – A propósito de uma administração. Recife: Imprensa Universitária, 90p.
1963 – l Alfabetização e conscientização. Porto Alegre: Editora Emma.
1967 – Educação como prática da liberdade. Introdução de Francisco C. Weffort. Rio de Janeiro: Paz e Terra, (19 ed., 1989, 150 p).
196 – Educação e conscientização: extencionismo rural. Cuernavaca (México): CIDOC/Cuaderno 25, 320 p.
1970 – Pedagogia do oprimido. New York: Herder & Herder, 1970 (manuscrito em português de 1968). Publicado com Prefácio de Ernani Maria Fiori. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 218 p., (23 ed., 1994, 184 p.).
1971 – Extensão ou comunicação?. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1971. 93 p.
1976 – Ação cultural para a liberdade e outros escritos. Tradução de Claudia Schilling, Buenos Aires: Tierra Nueva, 1975. Publicado também no Rio de Janeiro, Paz e terra, 149 p. (8. ed., 1987).
1977 – Cartas à Guiné-Bissau. Registros de uma experiência em processo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, (4 ed., 1984), 173 p.
1978 – Os cristãos e a libertação dos oprimidos. Lisboa: Edições BASE, 49 p.
1979 – Consciência e história: a práxis educativa de Paulo Freire (antologia). São Paulo: Loyola.
1979 – Multinacionais e trabalhadores no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 226 p.
1980 – Quatro cartas aos animadores e às animadoras culturais. República de São Tomé e Príncipe: Ministério da Educação e Desportos, São Tomé.
1980 – Conscientização: teoria e prática da libertação; uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. São Paulo: Moraes, 102 p.
1981 – Ideologia e educação: reflexões sobre a não neutralidade da educação. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
1981 – Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
1982 – A importância do ato de ler (em três artigos que se completam). Prefácio de Antonio Joaquim Severino. São Paulo: Cortez/ Autores Associados. (26. ed., 1991). 96 p. (Coleção polêmica do nosso tempo).
1982 – Sobre educação (Diálogos), Vol. 1. Rio de Janeiro: Paz e Terra ( 3 ed., 1984), 132 p. (Educação e comunicação, 9).
1982 – Educação popular. Lins (SP): Todos Irmãos. 38 p.
1983 – Cultura popular, educação popular.
1985 – Por uma pedagogia da pergunta. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 3ª Edição
1986 – Fazer escola conhecendo a vida. Papirus.
1987 – Aprendendo com a própria história. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 168 p. (Educação e Comunicação; v.19).
1988 – Na escola que fazemos: uma reflexão interdisciplinar em educação popular. Vozes.
1989 – Que fazer: teoria e prática em educação popular. Vozes.
1990 – Conversando com educadores. Montevideo (Uruguai): Roca Viva.
1990 – Alfabetização - Leitura do mundo, leitura da palavra. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
1991 – A educação na cidade. São Paulo: Cortez, 144 p.
1992 – Pedagogia da esperança: um reencontro com a Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra (3 ed. 1994), 245 p.
1993 – Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. São Paulo: Olho d'água. (6 ed. 1995), 127 p.
1993 – Política e educação: ensaios. São Paulo: Cortez, 119 p.
1994 – Cartas a Cristina. Prefácio de Adriano S. Nogueira; notas de Ana Maria Araújo Freire. São Paulo: Paz e Terra. 334 p.
1994 – Essa escola chamada vida. São Paulo: Ática, 1985; 8ª edição.
1995 – À sombra desta mangueira. São Paulo: Olho d'água, 120 p.
1995 – Pedagogia: diálogo e conflito. São Paulo: Editora Cortez.
1996 – Medo e ousadia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987; 5ª Edição.
1996 – Pedagogia da Autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
2000 – Pedagogia da indignação – cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: UNESP, 134 p.
1961 – A propósito de uma administração. Recife: Imprensa Universitária, 90p.
1963 – l Alfabetização e conscientização. Porto Alegre: Editora Emma.
1967 – Educação como prática da liberdade. Introdução de Francisco C. Weffort. Rio de Janeiro: Paz e Terra, (19 ed., 1989, 150 p).
196 – Educação e conscientização: extencionismo rural. Cuernavaca (México): CIDOC/Cuaderno 25, 320 p.
1970 – Pedagogia do oprimido. New York: Herder & Herder, 1970 (manuscrito em português de 1968). Publicado com Prefácio de Ernani Maria Fiori. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 218 p., (23 ed., 1994, 184 p.).
1971 – Extensão ou comunicação?. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1971. 93 p.
1976 – Ação cultural para a liberdade e outros escritos. Tradução de Claudia Schilling, Buenos Aires: Tierra Nueva, 1975. Publicado também no Rio de Janeiro, Paz e terra, 149 p. (8. ed., 1987).
1977 – Cartas à Guiné-Bissau. Registros de uma experiência em processo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, (4 ed., 1984), 173 p.
1978 – Os cristãos e a libertação dos oprimidos. Lisboa: Edições BASE, 49 p.
1979 – Consciência e história: a práxis educativa de Paulo Freire (antologia). São Paulo: Loyola.
1979 – Multinacionais e trabalhadores no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 226 p.
1980 – Quatro cartas aos animadores e às animadoras culturais. República de São Tomé e Príncipe: Ministério da Educação e Desportos, São Tomé.
1980 – Conscientização: teoria e prática da libertação; uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. São Paulo: Moraes, 102 p.
1981 – Ideologia e educação: reflexões sobre a não neutralidade da educação. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
1981 – Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
1982 – A importância do ato de ler (em três artigos que se completam). Prefácio de Antonio Joaquim Severino. São Paulo: Cortez/ Autores Associados. (26. ed., 1991). 96 p. (Coleção polêmica do nosso tempo).
1982 – Sobre educação (Diálogos), Vol. 1. Rio de Janeiro: Paz e Terra ( 3 ed., 1984), 132 p. (Educação e comunicação, 9).
1982 – Educação popular. Lins (SP): Todos Irmãos. 38 p.
1983 – Cultura popular, educação popular.
1985 – Por uma pedagogia da pergunta. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 3ª Edição
1986 – Fazer escola conhecendo a vida. Papirus.
1987 – Aprendendo com a própria história. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 168 p. (Educação e Comunicação; v.19).
1988 – Na escola que fazemos: uma reflexão interdisciplinar em educação popular. Vozes.
1989 – Que fazer: teoria e prática em educação popular. Vozes.
1990 – Conversando com educadores. Montevideo (Uruguai): Roca Viva.
1990 – Alfabetização - Leitura do mundo, leitura da palavra. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
1991 – A educação na cidade. São Paulo: Cortez, 144 p.
1992 – Pedagogia da esperança: um reencontro com a Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra (3 ed. 1994), 245 p.
1993 – Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. São Paulo: Olho d'água. (6 ed. 1995), 127 p.
1993 – Política e educação: ensaios. São Paulo: Cortez, 119 p.
1994 – Cartas a Cristina. Prefácio de Adriano S. Nogueira; notas de Ana Maria Araújo Freire. São Paulo: Paz e Terra. 334 p.
1994 – Essa escola chamada vida. São Paulo: Ática, 1985; 8ª edição.
1995 – À sombra desta mangueira. São Paulo: Olho d'água, 120 p.
1995 – Pedagogia: diálogo e conflito. São Paulo: Editora Cortez.
1996 – Medo e ousadia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987; 5ª Edição.
1996 – Pedagogia da Autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
2000 – Pedagogia da indignação – cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: UNESP, 134 p.
sábado, 7 de maio de 2016
AS SEIS IDÉIAS-FORÇAS
Freire parte do pressuposto de que o ser humano é histórico, logo está submerso em condições espaço-temporais, isto é, o homem, estando nessa situação, quanto mais refletir de maneira crítica sobre a sua existência, mais poderá influenciar-se e será mais livre. Essa filosofia se apóia em seis pressupostos que Freire designa como idéia-força. São eles, indicados a seguir.
1) Toda ação educativa deve, necessariamente, estar precedida de reflexão sobre o homem e de uma análise do meio de vida do educando, isto é, a quem o educador quer ajudar a educar. Todas as concepções de Freire estão sob a orientação dessa primeira suposição.
2) O homem chega a ser sujeito por uma reflexão sobre sua situação, sobre seu ambiente concreto. A educação deve levar o educando a uma tomada de consciência e atitude crítica no sentido de haver mudança da realidade.
3) Através da integração do homem com o seu contexto, haverá a reflexão, o comprometimento, construção de si mesmo e o ser sujeito. Essa idéia pode ser dividida em duas outras afirmações:
3.1) o homem, precisamente porque é homem, é capaz de reconhecer que existem realidades que lhe são exteriores. O homem tem capacidade de discernimento, relacionando-se com outros seres;
3.2) através dessas relações é que o homem chega a ser sujeito. A capacidade de discernir o leva a perceber a realidade por ser externa e a entende com desafiadora. A resposta que o homem atribui a esse desafio transforma a realidade, sendo original.
4) À medida que o homem se integrar às condições de seu contexto de vida realiza reflexão e obtém respostas aos desafios que se lhe apresentam, criando cultura.
5) O homem é criador de cultura e fazedor da história, pois, na medida em que ele cria e decide, as fases vão se formando e reformando.
6) É necessário que a educação permita que o homem chegue a ser sujeito, construir-se como pessoa, transformar o mundo, estabelecer relações de reciprocidade, fazer cultura e história.
Das idéias-forças, fundamentadas por Freire, emergiram alguns conceitos formulados pelo autor, que foram utilizados na Educação e também na área da saúde, dentre elas a Enfermagem, tais como: liberdade, humanização, conscientização, diálogo, cultura, reflexão crítica, problematização.
quarta-feira, 4 de maio de 2016
Assinar:
Postagens (Atom)